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28 de jul. de 2008

Texto: "Franklin tem medo do escuro"

Franklin tem medo do escuro
(Paulete Bourgeois)

Franklin consegue deslizar pelas margens do rio. Ele sabe contar até de trás pra frente. Ele já sabe fechar zíperes e abotoar suas próprias roupas. Mas Franklin tem medo de lugares pequenos e escuros. Isso é um grande problema porque...
Franklin é uma tartaruga. Ele tem medo de entrar em seu pequeno e escuro casco. Por isso, Franklin o arrasta preso por uma corda.
Todas as noites a mãe de Franklin pegava uma lanterna e iluminava por dentro do seu casco.
- Veja Franklin não há nada do que ter medo!
Ela sempre dizia isso. Mas Franklin estava certo de que monstros e seres assustadores viviam dentro de seu pequeno e escuro casco.
Então Franklin foi procurar ajuda. Ele andou até encontrar um pato.
- Escute-me, Pato. Eu tenho medo de lugares pequenos e escuros e, por isso, não consigo entrar em meu casco. Você pode me ajudar?
- Talvez – grasnou o Pato – Sabe, eu tenho medo de nadar numa lagoa muito funda. Às vezes, quando ninguém está olhando, eu uso minhas bóias de plástico. Elas podem ajudar você?
- Não – disse Franklin – Eu não tenho medo de água.
Então Franklin andou e andou até encontrar um Leão.
- Por favor, Leão. Eu tenho medo de lugares pequenos e escuros e, por isso, não consigo entrar em meu casco. Você pode me ajudar?
- Talvez – rugiu o Leão – Sabe, eu tenho medo de barulhos muito altos. Às vezes, quando ninguém está olhando, eu uso meu tapa-ouvido. Ele pode ajudar você?
- Não – disse Franklin – Eu não tenho medo de barulhos muito altos.
Então Franklin andou e andou até encontrar um Passarinho.
- Por favor, Passarinho. Eu tenho medo de lugares pequenos e escuros e, por isso, não consigo entrar em meu casco. Você pode me ajudar?
- Talvez – piou o Passarinho – Eu tenho medo de voar alto. De sentir uma vertigem e me espatifar no chão. Às vezes, quando ninguém está olhando, eu uso meu pára-quedas. Ele pode ajudar você?
- Não – disse Franklin – Eu não tenho medo voar alto e ter uma vertigem.
Então Franklin andou e andou até encontrar um Urso Polar.
- Por favor, Urso. Eu tenho medo de lugares pequenos e escuros e, por isso, não consigo entrar em meu casco. Você pode me ajudar?
- Talvez – grunhiu o Urso Polar – Sabe, eu tenho medo de ficar congelado nas noites frias. Às vezes, quando ninguém está olhando, eu uso roupas que me aquecem para dormir. Elas podem ajudar você?
- Não – disse Franklin – Eu não tenho medo ficar congelado nas noites frias.
Franklin estava faminto e cansado. Então Franklin andou, andou e andou até encontrar sua Mãe.
- Oh. Franklin! Eu fiquei com medo, achei que estivesse perdido!
- Você estava com medo? Eu não sabia que Mães podiam sentir medo – disse Franklin.
- E então, encontrou ajuda? – perguntou ela.
- Não. Eu encontrei um Pato que tinha medo de nadar numa lagoa muito funda.
- Hummm, é mesmo? – perguntou ela.
- Daí, encontrei um Leão que tinha medo de barulhos muito altos.
- Ah, sei! – exclamou ela.
- E depois encontrei um Passarinho que tinha medo de voar alto e cair, e um Urso Polar que tinha medo de ficar congelado nas noites frias.
- Oh! – surpreendeu-se ela. – Todos eles tinham medo de alguma coisa.
- Hummm, entendi! – concluiu Franklin.
Já estava ficando arde. Franklin estava muito cansado e com muita fome. Eles andaram e andaram até chegarem em casa.
A mãe de Franklin preparou-lhe um lanche e deu-lhe um abraço bem apertado. Em seguida mandou-o ir para a cama.
- Boa noite, querido – disse ela.
Agora Franklin sabia o que deveria fazer. Ele rastejou para dentro de seu pequeno e escuro casco. Ele tinha certeza de que via o monstro e os seres assustadores. Mas ele disse um bravo “Boa noite”.
E, quando ninguém está olhando Franklin acende o abajur.


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