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26 de set. de 2008

"SARAU" Formação de Contadores de Histórias

As meninas Camila e Natália

Islene... contando uma História muito linda de mãe e filha que eram muito apegadas.
Um dia, a mãe soube que estava doente e ia partir em breve...

Camila...


EUzinha na platéia...

Ricardo... contando "O Cachorro e a Pulga"

Úrsula... contando "O Curupira"

Regina... contando "O Lobo"

Maria Clotildes contando "Maria vai com as outras"

Maira e Sandra... fazendo uma homenagem.
A "timidez" da Sandra impressiona.

Minha convidada a AMIGA (com todas as letras maiúsculas) Vanderlene.

As meninnas contando "Sopa de Pedra"

E num é que a sopa ficou boa?!!!

Mikela contando "Hora de Dormir"

NEIDE... Maravilhosa, esforçada, vencedora...
Vinha de JAÚ, interior de SP todas as quintas-feira
pra participar das aulas. Um exemplo de dedicação.


Suely... contando "O Pote Vazio"



Monalisa... contando "A Formiguinha e a Neve"

EUzinha!!! Contando Menina Bonita do Laço de Fita
(Ana Maria Machado)

Ao lado da casa sa Menina Bonita do Laço de Fita
morava um coelho branquinho, de orelhas cor-de-rosa e
o nariz pretinho sempre trimilicando...

E... num é que eu recebí um CERTIFICADO?!!!

Mas... sem dúvida, o melhor de tudo foi,
ter tido o privilégio de conhecer essas pessoas maravilhosas!


25 de set. de 2008

Franklin tem medo do escuro

Franklin vive as experiências, as dificuldades e os sentimentos de toda criança nos seus primeiros anos de vida. O pequeno herói resolve seus problemas, apoiado por seus amigos, e sempre com muito humor.
Franklin tem um problema: ele tem medo do escuro. Isso não seria tão grave se Franklin não fosse uma tartaruga e precisasse se abrigar em seu casco... Um lugar pequeno e... Escuro.
Franklin então, resolveu caminhar pela floresta à procura de alguém que pudesse ajudá-lo a vencer o seu medo.
Encontrou um passarinho e disse:
- Passarinho, eu tenho medo do escuro. Você pode me ajudar a vencer o meu medo?
E o passarinho respondeu.
- Ah, FRANKLIN, eu não posso ajudá-lo a vencer o seu medo porque eu também tenho medo. Tenho medo de voar.
Encontrou um patinho e disse:
- Patinho, eu tenho medo do escuro. Você pode me ajudar a vencer o meu medo?
E o patinho respondeu:
- Ah, FRANKLIN, eu não posso ajudá-lo a vencer o seu medo porque eu também tenho medo. Tenho medo de nadar.
Encontrou uma girafa e disse:
- Girafa, eu tenho medo do escuro. Você pode me ajudar a vencer o meu medo?
- Ah, FRANKLIN, eu não posso ajudá-lo a vencer o seu medo porque eu também tenho medo. Tenho medo de altura.
Encontrou um leão e disse:
- Leão, eu tenho medo do escuro. Você pode me ajudar a vencer o meu medo?
E o leão respondeu:
- Ah, FRANKLIN, eu não posso ajudá-lo a vencer o seu medo porque eu também tenho medo. Tenho medo de barulho.
Encontrou um elefante e disse:
- Elefante, eu tenho medo do escuro. Você pode me ajudar a vencer o meu medo?
E o elefante respondeu:
- Ah, FRANKLIN, eu não posso ajudá-lo a vencer o seu medo porque eu também tenho medo. Tenho medo de rato.
Encontrou um rato e disse:
- Rato, eu tenho medo do escuro. Você pode me ajudar a vencer o meu medo?
O rato respondeu:
- Ah, FRANKLIN, eu não posso ajudá-lo a vencer o seu medo porque eu também tenho medo. Tenho medo de gato.
Encontrou o gato e disse:
-Gato, eu tenho medo do escuro. Você pode me ajudar a vencer o meu medo?
O gato respondeu:
- Ah, FRANKLIN, eu não posso ajudá-lo a vencer o seu medo porque eu também tenho medo. Tenho medo de cachorro.
Finalmente, FRANKLIN resolveu voltar para casa e pedir ajuda à sua mãe. Afinal, mamãe é adulta e adultos não devem ter medo. Mas qual não foi a sua surpresa quando a mamãe respondeu:
- Ah, FRANKLIN, eu não posso ajudá-lo a vencer o seu medo porque eu também tenho medo. Tenho medo de perder você!!!
FRANKLIN entendeu que não importa a idade, nem o tamanho todos nós temos medos e, precisamos aprender a conviver com eles.





"Contos de NATAL"

Contos de Natal - A BONECA

— Não leves sempre essa boneca suja contigo para a cama — disse a mãe de Eva.
— A minha Anita não é nenhuma boneca suja. — respondeu Eva — A minha Anita é muito querida.
— Mas está muito feia — continuou a mãe. — Olha só para a cara e para os cabelos dela!
Quando se olha para a boneca Anita, assim, sem se gostar dela, tem de se admitir. Bonita, não é. As bochechas estão cinzentas e a esboroar-se de tantos beijos e tantas lavagens. Já não tem propriamente um nariz, apenas uma saliência suja, e dos cabelos castanhos já só ficou um pequeno tufo de cabelos ralos.
Isto não incomodava Eva, mas a mãe dizia-lhe constantemente:
— Não queres pedir uma boneca nova pelo Natal? — perguntava-lhe.
Eva apertava a Anita contra si e dizia:
— Não!
— Tenho outra ideia — disse a mãe. — Vamos levar a Anita a um hospital de bonecas e lá põem-lhe cabelo novo e outro nariz.
Eva defendia-se. Não queria entregar a Anita.
Mas, certo dia, Alex, o irmão mais velho, disse uma coisa feia, uma coisa muito má. Disse:
— A tua boneca é um careca tinhoso!
Eva desatou a chorar. Depois, observou a sua Anita pela primeira vez com olhos de ver. Era verdade! A cara da Anita estava cheia de nódoas e a descamar-se, e quase totalmente careca. Eva correu para a mãe.
— Achas — disse a soluçar — que no hospital das bonecas vão ser bons para a minha Anita?
— Mas claro que sim! — sossegou-a a mãe.
— Então… Por mim, podes levá-la…
Logo na manhã seguinte, a mãe foi ao hospital das bonecas. Era o único na cidade, pois já não havia muita gente que mandasse consertar bonecas.
No hospital das bonecas, um homem examinou a Anita.
— Tem pouco que se aproveite. Precisa de uma cabeça nova, e os braços e as pernas também deviam ser substituídos.
Apresentou à mãe diversas cabeças de bonecas, mas não havia nenhuma que fosse igual à da Anita.
— Além disso — continuou o homem — a reparação custa mais do que uma boneca nova.
A mãe de Eva procurou em todas as lojas de brinquedos uma boneca que, pelo menos, fosse mais ou menos semelhante à antiga Anita. Acabou por comprar uma do mesmo tamanho e com os mesmos cabelos castanhos. No resto, a nova boneca era um pouco diferente, mas encantadora, e tinha uma cara que se podia lavar com água.
Quando chegou a casa com as duas Anitas, a nova e a velha, Eva ainda estava no infantário. Mas Alex já tinha vindo da escola e descobriu a caixa no cesto de compras da mãe.
— Aha! — disse. — Compras de Natal!
— Uma boneca nova para a Eva — respondeu a mãe. — Mas ela não pode saber. Tem de pensar que é a sua Anita.
— Aha! — disse Alex. — Mentiras de Natal!
— Não sejas atrevido — disse a mãe. — É o melhor para a Eva.
— Deixa-a lá ficar com o careca tinhoso –— disse Alex.
A mãe arrumou a caixa com a nova boneca no armário da roupa.
— Fico contente por finalmente nos vermos livres daquela coisa tão estragada.
Atirou a Alex o saco de plástico com a antiga boneca.
— Toma — disse. — Mete-a no contentor do lixo, mas lá para o fundo.
Alex pegou na boneca e saiu do quarto a assobiar baixinho.
Desde que a Anita desaparecera, Eva perguntava por ela todos os dias.
— A minha Anita ainda está no hospital? O homem é simpático com ela? Ela não tem saudades? Vou mesmo voltar a tê-la pelo Natal?
E a mãe respondia sempre:
— Sim, Eva. Com certeza, Eva. Não te preocupes, Eva.
Para a noite de Natal, a mãe de Eva vestiu à nova boneca o vestido da Anita e pô-la debaixo da árvore. Com o vestido vermelho, achava a mãe, ficava mesmo parecida com a Anita.
Mas, quando estendeu a boneca a Eva e disse: — Ora vê como ficou linda a tua Anita! — Eva não aceitou e cruzou as mãos atrás das costas.
— Não! — gritou. — Essa não é a minha Anita!
E olhava decepcionada para a nova boneca:
— Eu quero a minha Anita… a minha Anita! — e começou a chorar baixinho sem parar.
A mãe não contara com isto e tentou consolar Eva. Mostrava-lhe outras prendas, levava-a à árvore de Natal, mas Eva mantinha os olhos baixos. Não queria ouvir nada nem ver prenda nenhuma.
— Anita! —queixava-se a menina. — Onde puseram a minha Anita?
Disse então Alex:
— Se não lhe devolverem o careca tinhoso, vai estragar-nos a festa de Natal.
— Mas… — balbuciou a mãe — tu deitaste…
— Achas? — perguntou Alex.
Correu ao quarto e regressou com um saco de plástico que meteu nas mãos de Eva.
— Anita! — gritou Eva, tirando do saco a velha boneca careca.
Alex sorria.
— E o que vais fazer agora à boneca nova?
— Esta? — perguntou Eva. — Vou dá-la a uma menina que eu não conheça.
— A uma menina… — repetiu Alex. — Ah, claro. Ela não pode ficar a saber que tens uma boneca careca fantástica!

Texto: "O Pote Vazio"


O POTE VAZIO

Há muito tempo, na China, vivia um menino chamado Ping, que adorava flores. Tudo o que ele plantava florescia maravilhosamente. Flores, arbustos e até imensas árvores frutíferas desabrochavam como por encanto.Todos os habitantes do reino também adoravam flores. Eles plantavam flores por toda a parte e o ar do país inteiro era perfumado.O imperador gostava muito de pássaros e outros animais, mas o que ele mais apreciava eram as flores. Todos os dias ele cuidava de seu próprio jardim.Acontece que o imperador estava muito velho e precisava escolher um sucessor.Quem podia herdar seu trono? Como fazer essa escolha?Já que gostava muito de flores, o imperador resolver deixar as flores escolherem.No dia seguinte, ele mandou anunciar que todas as crianças do reino deveriam comparecer ao palácio. Cada uma delas receberia do imperador uma semente especial. – Quem provar que fez o melhor possível dentro de um ano – ele declarou – será meu sucessor.A notícia provocou muita agitação. Crianças do país inteiro dirigiram-se ao palácio para pegar suas sementes de flores.Cada um dos pais queria que seu filho fosse escolhido para ser o imperador, e cada uma das crianças tinha a mesma esperança.Ping recebeu sua semente do imperador e ficou felicíssimo. Tinha certeza de que seria capaz de cultivar a flor mais bonita de todas.Ping encheu o vaso com terra de boa qualidade e plantou a semente com muito cuidado.Todos os dias ele regava o vaso. Mal podia esperar o broto surgir, crescer e depois dar uma linda flor.Os dias se passaram, mas nada crescia no vaso. Ping começou a ficar preocupado. Pôs terra nova e melhor num vaso maior. Depois transplantou a semente para aquela terra escuta e fértil. Esperou mais dois meses e nada aconteceu. Assim se passou o ano inteiro.Chegou a primavera e todas as crianças vestiram suas melhores roupas para irem cumprimentar o imperador. Então correram ao palácio com suas lindas flores, ansiosas por serem escolhidas.Ping estava com vergonha de seu vaso sem flor. Achou que as outras crianças zombariam dele por que pela primeira vez na vida não tinha conseguido cultivar uma flor.Seu amigo apareceu correndo, trazendo uma planta enorme:- Ping, disse ele, você vai mesmo se apresentar ao imperador levando um vaso sem flor? Por que não cultivou uma flor bem grande como a minha?- Eu já cultivei muitas flores melhores do que a sua, disse Ping.- Foi essa semente que não deu nada.O pai de Ping ouviu a conversa e disse:- Você fez o melhor que pôde, e o possível deve ser apresentado ao imperador.Ping dirigiu-se ao palácio levando o vaso sem flor.O imperador estava examinando as flores vagarosamente, uma por uma. Como eram bonitas! Mas o imperador estava muito sério e não dizia uma palavra.Finalmente chegou a vez de Ping. O menino estava envergonhado, esperando um castigo. O imperador perguntou:- Por que você trouxe um vaso sem flor?Ping começou a chorar e respondeu:- Eu plantei a semente que o senhor me deu e a reguei todos os dias, mas ela não brotou. Eu a coloquei num vaso maior com terra melhor, e mesmo assim ela não brotou. Eu cuidei dela o ano todo, mas não deu nada. Por isso hoje eu trouxe um pote vazio. Foi o melhor que eu pude fazer.Quando o imperador ouviu essas palavras, um sorriso foi se abrindo em seu rosto e ele abraçou Ping. Então ele declarou para todos ouvirem:- Encontrei! Encontrei alguém que merece ser imperador!- Não sei onde vocês conseguiram essas sementes, pois as que eu lhes dei estavam todas queimadas. Nenhuma delas poderia ter brotado. Admiro a coragem de Ping, que apareceu diante de mim trazendo a pura verdade. Vou recompensá-lo e torná-lo imperador deste país.

(extraído do livro O Pote Vazio – Demi, Editora Martins Fontes)


"História ACUMULATIVA"

HIST. ACUMULATIVA
Rita Foelker

Pra começar, era
uma pena em minha mão...

Ou, antes:
Pra começar, era
um passarinho que perdeu
uma pena em minha mão...

Quer dizer:
Pra começar, era
um ninho onde morava
um passarinho que perdeu
uma pena em minha mão

Um galho onde ficava
um ninho onde morava
um passarinho que perdeu
uma pena em minha mão...

A árvore onde brotou
um galho onde ficava
um ninho onde morava
um passarinho que perdeu
uma pena em minha mão.

A semente que virou
a árvore onde brotou
um galho onde ficava
um ninho onde morava
um passarinho que perdeu
uma pena em minha mão.

O homem que plantou
a semente que virou
a árvore onde brotou
um galho onde ficava
um ninho onde morava
um passarinho que perdeu
uma pena em minha mão.

Bom...
Pra começar, era
a terra onde cresceu
o homem que plantou
a semente que virou
a árvore onde brotou
o galho onde ficava
o ninho onde morava
o passarinho que perdeu
uma pena em minha mão.

A água que molhou
a terra onde cresceu
o homem que plantou
a semente que virou
a árvore onde brotou
o galho onde ficava
o ninho onde morava
o passarinho que perdeu
uma pena em minha mão.

A nuvem que choveu
a água que molhou
a terra onde cresceu
o homem que plantou
a semente que virou
a árvore onde brotou
o galho onde ficava
o ninho onde morava
o passarinho que perdeu
uma pena em minha mão.

O céu onde passava
a nuvem que choveu
a água que molhou
a terra onde cresceu
o homem que plantou
a semente que virou
a árvore onde brotou
o galho onde ficava
o ninho onde morava
o passarinho que perdeu
uma pena em minha mão.

O Sol que clareava
o céu onde passava
a nuvem que choveu
a água que molhou
a terra onde cresceu
o homem que plantou
a semente que virou
a árvore onde brotou
o galho onde ficava
o ninho onde morava
o passarinho que perdeu
uma pena em minha mão.

O Universo que continha
o Sol que clareava
o céu em que passava
a nuvem que choveu
a água que molhou
a terra onde cresceu
o homem que plantou
a semente que virou
a árvore onde brotou
o galho onde ficava
o ninho onde morava
o passarinho que perdeu
uma pena em minha mão.

Olha:
pra começar,
começar mesmo, era
DEUS!

Texto: "Agora não Bernardo"

Agora Não, Bernardo
(David Mckee)


Adaptação do livro "Agora Não Bernardo" de David Mckee
por Vera Stefanello
- Oi pai (disse o Bernardo) – (O pai está pregando um prego na parede)
- Agora não Bernardo (disse o pai enquanto martela o dedo. Nem olha para Bernardo. Bernardo vira as costas e sai).
- Oi mãe (disse o Bernardo para mãe que está arrumando as louças num armário da cozinha, nem olha para Bernardo).
- Agora não Bernardo (Disse a mãe lavando louças, sem olhar para Bernardo. Bernardo esfrega o queixo pensativo).
- Tem um monstro no jardim e ele vai me devorar – (disse o Bernardo para a mãe que está na sala regando uma planta. Bernardo aponta para o jardim).
- Agora não Bernardo – (disse a mãe sem olhar para Bernardo. Bernardo fica parado pensando).
(Bernardo foi para o jardim)
- Oi monstro – (Bernardo disse para o monstro. O monstro olha para Bernardo).
(O monstro devorou o Bernardo inteirinho, pedacinho por pedacinho, monstro se lambe e mostra o tênis do Bernardo).
(Monstro entra em casa)
“Ruarrrrrr, fez o monstro por trás da mãe de Bernardo”.
(a mãe está pintando uma parede)
- Agora não Bernardo – (disse a mãe sem olhar para o monstro. O monstro faz uma cara de assustado).
Monstro vai até a sala e morde a perna do pai de Bernardo que está lendo um jornal.
(O monstro mordeu o pai do Bernardo)
- Agora não Bernardo – (disse o pai de Bernardo, com raiva e sem olhar para o monstro).
- Seu jantar está pronto – (disse a mãe do Bernardo, segurando um prato de comida. Ela o coloca na frente da TV).
A mãe sai.
(O monstro jantou, depois viu televisão, leu uma revistinha e quebrou um brinquedo dele. A mãe está ao telefone conversando com uma amiga).
- Vá para a cama. Já deixei seu leite no quarto – (gritou a mãe de Bernardo).
(Monstro segura um ursinho e vai para o quarto).
- Mas eu sou um monstro! – (disse o monstro, já sentado na cama, com o copo de leite e o ursinho ao seu lado).
( A mãe do Bernardo apaga a luz do quarto e diz:)

- Agora não Bernardo.

FIM

Texto: "A Formiguinha e a Neve"


A formiguinha e a neve
João de Barro (Braguinha)
Numa certa manhã de inverno uma formiga saía para o seu trabalho diário.
Já ia longe procurar comida quando um floco de neve caiu, prendendo o seu pézinho.
Aflita, vendo que ali poderia morrer de fome e frio, a formiga olhou para o Sol e pediu:
- Sol, tu que és tão forte, derreta a neve e desprenda o meu pézinho?
E o Sol, indiferente, respondeu:
- Mais forte que eu é o muro que me tampa.
Então a pobre formiguinha disse:
- Muro, tu que és tão forte, que tampa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pezinho? E o muro rapidamente respondeu:
- Mais forte que eu é o rato, que me rói.
A formiga, quase sem fôlego, perguntou:
- Rato, tu que és tão forte, que rói o muro, que tampa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pézinho?
E o rato falou bem rápido:
- Mais forte que eu é o gato que me come.
A formiga então perguntou ao gato:
- Tu que és tão forte, que come o rato, que rói o muro, que tampa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pézinho?
O gato responde sem demora:
- Mais forte que eu é o cachorro, que me persegue.
A formiguinha estava cansada e, mesmo assim, perguntou ao cachorro:
- Tu que és tão forte, que persegue o gato, que come o rato, que rói o muro, que tampa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pézinho?
- Mais forte que eu é o homem, que me bate.
Pobre formiga! Quase sem força, perguntou ao homem:
- Tu que és tão forte, que bate no cachorro, que persegue o gato, que come o rato, que rói o muro, que tampa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pézinho?
O homem olhou para a formiga e respondeu:
- Mais forte que eu é Deus, que tudo pode.
A formiga olhou para o céu e perguntou a Deus:
- Tu que és tão forte que tudo pode, desprenda o meu pézinho?
E Deus, que ouve todas as preces pediu à primavera que chegasse com seu carro dourado triunfal enchendo de flores os campos e de luz os caminhos, e vendo que a formiga estava quase morrendo, levou-a para um lugar onde não há inverno e nem verão e onde as flores permanecem para sempre.

Texto: "O Caso das Bananas"


O caso das bananas
(Milton Célio de Oliveira Filho)

Ao acordar, de manhã, o macaco deu pela falta do seu cacho de bananas.
Procura aqui, procura ali e nada... Algum espertinho levara tudo.
- FUI ROUBADO!
A mata ficou agitada com a notícia. E logo, Dona Coruja, investigadora das mais afamadas, aceitou o novo caso.
CORUJA - Caro Macaco, para começar do começo, melhor a vítima. Primeiro diga-me: Há algum suspeito?
MACACO - Dona Coruja, abomino o preconceito, mas... Soube de um bicho estranho que veio de muito longe. Não é, pois destas bandas. Não duvido que tenha escondido as bananas na bolsa que trazia na barriga.
CORUJA - Hum!!! Tem caroço nesse angu, vamos então ouvir o...
CANGURU - Essa história já conheço. Só por ser um estrangeiro já viro logo suspeito. Pois digo, digo e repito: nesta mata há um tipo ainda mais esquisito, com um rabo bem fornido tal e qual uma lagartixa multiplicada por quatro.
CORUJA – Ora, agora eu me acho. É hora de interrogar o...
LAGARTO – Dona Coruja, eu não tenho nada com o pato. Mas... Tenho um palpite: quem tapeou o macaco vive muito bem na mata, com seu porte de madame e com seu casaco de pintas.
CORUJA – Palpite não conta. Mas não custa ir até a...
ONÇA – Dona coruja tenho cara de malvada, pois quando fico brava... Viro mesmo uma onça. Mas no fundo sou boa-praça. Não quero atirar pedra na vidraça do vizinho. Pense, pense um pouquinho: que bicho aqui desta mata poderia comer tantas bananas sem ficar engasgado? Só mesmo com um pescoço comprido, comprido como um gargalo... Um gargalo de garrafa.
CORUJA – Um gargalo de garrafa? Pois vamos até a...
GIRAFA – Das bananas nem sabia. Juro! Mas o maroto que as levou deve ser muito ladino, com um rabo bem peludo e bigode no focinho.
CORUJA – Ora, ora! Não posso perder a pose. Quero escutar sem muita prosa a...
RAPOSA – Minha cara Coruja sou famosa pela astúcia, mas... Meu negócio são galinhas. Vez ou outra umas uvas. E vou lhe dar umas dicas: pra mim o malandrão é o tal que ostenta uma juba e nunca, nunca perde a majestade.
CORUJA – Pelo sim, pelo não, vamos saber o que diz o...
LEÃO – só lambo o beiço por carne. Bananas? Arre! Nem de graça. Nós os gatos grandes ou pequenos, não nos damos com fruta nem mato. Pra resolver logo o caso, preste atenção na charada: Quem pode subir em árvores embora não tenha patas?
CORUJA – Como é duro o ofício! Porém, mãos à obra, é ora de ouvir a...
COBRA – Dona Coruja ouça: Tudo sobra pra cobra em dobro. Dizem que sou uma víbora. Mas no caso das bananas, creia, sou inocente. Sem querer ser venenosa, achar o larápio é fácil, com sua roupa listrada.
CORUJA – É preciso dar ouvidos a todos de “A” à “Z”. Pois então vamos até a... ZEBRA – No dia dos fatos eu estava fora a visitar o cavalo, que é meu contra parente. Mas pra mim está óbvio: Quem mais poderia agarrar o cacho de bananas sem ter uma grande tromba?
CORUJA – É hora de seguir adiante e conversar com o...
ELEFANTE – Dona Coruja, pouco uso minha tromba de uns tempos pra cá, pois ando só resfriado. Se quiser saber de tudo, consulte quem tudo viu e tudo vê lá do alto.
CORUJA – Agora a porca torce o rabo. Já me vou por ali pra encontrar...
BEM-TE-VI – Vi sim. E vi muito bem o Macaco acordar esfomeado no meio da madrugada. E comer uma, duas e até três bananas de uma única vez, até acabar com o cacho. Mais coitado, não sabia, pois enquanto comia, roncava.
CORUJA – O mistério chega ao fim sem muito pano pra manga. O meu compadre guloso pasmem... É o SONÂMBULO!!!

24 de set. de 2008

"Contando Histórias"

No curso de Formação de Contadores do VIVA...
Nós, participantes do curso, fizemos apresentações
para reforçar o aprendizado. VALEU!!!




"Contando Histórias"

No curso de Formação de Contadores do VIVA...

Nós, participantes do curso, fizemos apresentações para reforçar o aprendizado

Contando Histórias

No curso de Formação de Contadores de Histórias do VIVA...

23 de set. de 2008

Contadora KIARA TERRA

Ahhh! Fui assistir a apresentação da
Contadora KIARA TERRA.
Ao final... Tão encantada e curiosa estava que,
não resisti e ... pedi licença para fotografar a mala
cheia de "sucata" e a sapateira que ela
leva como "suporte" para os recursos utilizados.


15 de set. de 2008

Texto: Lúcia-Já-Vou-Indo


Lúcia-Já-Vou-Indo
(Maria Heloísa Penteado)

Lúcia Já Vou Indo não conseguia andar depressa. De maneira nenhuma. Andava devagar, falava devagar, chorava e ria devagarinho e pensava mais devagar ainda.
Muito natural, pois ela era uma lesma.

Um dia Lúcia-Já-Vou-Indo recebeu um convite para uma festa. Levou o dia inteirinho para ler o bilhete que dizia assim: “Chispa-Foguinho, a libélula, convida você para uma festa dançante, embaixo do Pé de Maracujá, às oito horas da noite do dia 30 de janeiro. Comes e bebes, muita música, muita alegria, tudo do bom, do melhor e de graça”.

Mal acabou de ler, Lúcia já se foi preparando para a festa. Queria se pôr a caminho imediatamente, embora faltasse ainda uma semana.

-Juro que vou chegar na hora!- Disse para si mesma. E começou a lembrar as muitas festas que havia perdido por chegar sempre atrasada. Ao aniversário da Maroquinha Cocinela, que era sua vizinha, chegou um dia depois da festa. Ao casamento do grilo João das Pintas com Sarapintada, chegou tão tarde que foi encontrar um casal já com um filhinho.

Nesse instante, o relógio da sala bateu três horas da tarde e Lúcia Já Vou Indo teve um sobressalto.
Pois não é que já perdera duas horas pensando naquelas coisas? E começou a se arrumar afobadamente.

Pôs na cabeça uma peruca de cachinhos com um laçarote de fita cor de laranja, e com isso perdeu um dia inteirinho.
Encheu uma cesta com brotinhos de alface para ir comendo pelo caminho, e lá se foi mais um dia. Deu corda no relógio para que não parasse na sua ausência e outro dia perdeu.

Só faltava fechar a casa e ela perdeu nesse serviço mais um dia.

Enfim, a molenga se pôs a caminho, tendo exatamente três dias para chegar ao Pé de Maracujá que não era muito longe.

Chegou o dia da festa e ela ainda estava andando. Pelo caminho encontrou muita gente que também ia pra lá. Viu dona Içá, com a cinturinha apertada num cinto de fivela de ouro, de braço dado com o marido de camisa listada e boné. Viu Lili Taturana, toda besuntada de brilhantina para que seus pelinhos não ficassem arrepiados. Viu Zé Caramujo de cachecol xadrez enrolado no pescoço. Viu as formiguinhas Quem-Quem numa longa fila, comportadas e quietinhas como meninas de orfanato a passeio num domingo. Viu abelhas, besouros, pernilongos, vespas e mil outros bichinhos. Todos passavam por ela e sumiam ao longe.

-Depressa , assim você não chega! – Diziam de passagem.

E ela dizia devagarinho mastigando um brotinho de alface:
-Já Vou Indo... Já Vou Indo... – Esse esforçava, pensando que estava andando um bocadinho mais depressa.

Que engano! Quase não saía do lugar.
Enfim, ela começou a ouvir a orquestra das cigarras. Estou pertinho, pensou, mais algumas horas e estou lá.

E o seu entusiasmo era tamanho que até conseguia de fato, andar um pouquinho mais depressa.

-Olha a pedra no caminho! – Gritou nesse instante João-Barata do Mato, que também ia indo pra festa.

Aviso inútil, porque Lúcia-Já-Vou-Indo a viu muito bem. Era a Maria Redonda, uma pedra perversa que gostava de pregar peças nos outros. Ficava sempre no meio do caminho, de propósito para que tropeçassem nela e caíssem. Então ria de se sacudir toda.

-Eu vou me desviar dela – pensou a lesminha. Mas a coitada pensava mais devagar ainda do que andava. Por isso não teve tempo de se desviar. Tropeçou e caiu. Mas não se machucou porque caiu muito devagarinho. Tão devagarinho que a pedra nem achou graça.

Lúcia levantou-se, arrumou a peruca que se havia entortado na cabeça e foi buscar a cestinha que havia rolado longe. Nisso, perdeu um dia e mais outro.

Quando chegou ao Pé de Maracujá, não havia mais nem sinal de festa, a tão esperada, comentada e suspirada festa.

Quem achou graça no caso foi o Pé de Maracujá. Começou a bater uma folha na outra e cantar assim:

“Lúcia-Já-Vou-Indo
Vinha vindo, vinha vindo,
Tropeçou numa pedrinha,
foi caindo, foi caindo”!

Mas Lúcia não achou graça nenhuma. Chorou muito, o seu chorinho vagaroso de lesma: uma lágrima por hora, um soluço a cada meia hora.

Chorou, chorou, mas seu choro manso não conseguiu acordar a libélula Chispa-Foguinho que dormia cansada da festa. Ela só escutou o chorinho da lesma no outro dia quando acordou.

- O que será isso? – a libélula disse e foi espiar. Viu a pobre Lúcia chorando, compreendeu tudo e ficou morrendo de pena.

Foi buscar uns docinhos que sobraram da festa e ofereceu-os à Lúcia. Conversou bastante com ela para ver se a consolava, e nada. Lúcia-Já-Vou-Indo continuava com o seu choro em câmara lenta e depressa a libélula se cansou. Numa última tentativa ela disse:

- Sabe Lúcia, quem vai dar uma festa agora é você. Sendo a festa na sua casa é impossível você chegar atrasada.

A lesminha ficou pensando naquilo e, como pensava muito devagar, a libélula chamou as irmãs e, ligeiras como foguetinhos, foram à casa da Lúcia, prepararam tudo e distribuíram os convites.

Credo! A família da libélula era toda elétrica. Zás-trás e tudo ficou pronto. Só faltava colocar a Lúcia dentro de casa para receber os convidados.

Enquanto isso, Lúcia-Já-Vou-Indo, que já tinha acabado de pensar e estava encantada com a idéia, vinha vindo o mais depressa que podia, talvez dentro de alguns dias - se não tropeçasse outra vez na pedra Maria Redonda- estivesse em casa.

E a libélula Chispa-Foguinho tinha agora um problema: os convidados já estavam chegando e a festa não podia começar porque a dona da casa estava fora. Como trazer Lúcia o mais depressa possível?

Cric!... A libélula deu um estalinho. Já descobrira a solução. Num abrir e fechar de olhos, explicou tudo às irmãs e foram buscar a Lúcia.
Puseram a molenga em cima de uma folha de capim e vieram voando trazendo a folha pelos ares. Danadas como elas só, em dois minutos a lesma estava em casa. Isso, apesar de ter caído da folha três vezes.

Foi assim que, oh maravilha!
Pela primeira vez na vida, Lúcia-Já-vou-Indo assistiu a uma festa inteirinha, do começo ao fim.

14 de set. de 2008

Texto: "O Grúfalo"

O Grúfalo
(Júlia Donaldson)

Um ratinho foi passear na floresta escura.
A raposa viu o ratinho e o achou apetitoso.
- Aonde você vai? Perguntou a raposa com brandura – Venha almoçar comigo, faço um almoço gostoso.
- Quanta gentileza raposa, mas não posso aceitar, já marquei com o Grúfalo para almoçar.
- Um Grúfalo? O que é um Grúfalo?
- Você não conhece? Um Grúfalo!
- Ele tem presas incríveis e garras terríveis. E em sua boca, dentes horríveis.
- E onde vocês vão se encontrar?
- Perto dessas pedras é o lugar. E sua comida favorita é raposa frita.
- Raposa frita? Estou fora – a raposa falou – Adeus ratinho já me vou!
- Raposa boba! Será que não sabe que Grúfalo não existe?
E lá se foi o ratinho caminhando pela floresta.
Uma coruja viu o ratinho que lhe pareceu apetitoso.
- Aonde você vai ratinho mimoso? Venha lanchar em minha casa, vai ser uma festa.
- muito obrigado raposa, mas não posso aceitar. Vou me encontrar com um Grúfalo para lanchar. - Um Grúfalo? O que é um Grúfalo?
- Você não conhece? Um Grúfalo!
- Ele tem pernas ossudas e patas peludas. E na ponta do nariz, uma verruga cabeluda.
- E onde vocês vão se encontrar?
- Na beira desse rio é o lugar. Sorvete de coruja é o que ele gosta de tomar.
- Sorvete de coruja? Uhu, uhu, uhu adeus ratinho! – E a coruja bateu asas e voou.
- Coruja boba! Será que não sabe que Grúfalo não existe?
E lá se foi o ratinho a caminhar. Uma cobra viu o ratinho e o achou apetitoso.
- Aonde você vai ratinho mimoso? Vamos até minha casa e vamos festejar.
- Agradeço muito, cobra, mas não posso aceitar, já marquei com o Grúfalo de comemorar.
- Um Grúfalo? O que é um Grúfalo?
- Você não conhece? Um Grúfalo!
- Seus olhos são alaranjados, sua língua é preta, e tem espinhos pelas costas espetados.
- E onde vocês vão se encontrar?
- Neste lago. Bem na beirada, e seu prato preferido é cobra assada.
- Cobra assada? É hora de me esconder! – E lá se foi ela sem mais dizer.
- Cobra boba! Será que não sabe que Grúfalo não existe?
- Opa! – Disse o ratinho – Mas que criatura é essa com presas incríveis, garras terríveis e dentes horríveis? De pernas ossudas, patas peludas. E na ponta do nariz, uma verruga cabeluda? Com olhos são alaranjados, uma língua é preta, e espinhos pelas costas espetados.
- Oh! Socorro! Oh! Não, é um Grúfalo!!!
Minha coruja preferida. – Disse o Grúfalo então – Vai ficar gostoso no meio do pão.
- Gostoso? – Exclamou o ratinho – Dos bichos da floresta, sou o mais perigoso. Siga-me e verá isso sim, que todos aqui têm medo de mim!
Caminharam algum tempo até que o Grúfalo falou:
- Ouço um barulho aí na frente, você escutou?
- É a cobra – disse o ratinho – Oi cobra – falou de mansinho.
A cobra olhou para o Grúfalo e tremeu.
- Nossa! Adeus ratinho. – Foi embora depressa e se escondeu.
- Viu só? Disse o ratinho todo orgulhoso.
E o Grúfalo respondeu abismado:
- É espantoso!
Caminharam mais um pouco até que o Grúfalo falou:
- Ouço um piar nas árvores você escutou?
- É a coruja – disse o ratinho – Oi coruja – falou de mansinho.
A coruja olhou para o Grúfalo espantada.
- Adeus ratinho. – E voou para sua casa em disparada.
- Viu só? – Disse o ratinho contente. E o Grúfalo falou espantado:
- Surpreendente!
Seguiram adiante até que o Grúfalo falou:
- Ouço passos à frente, você escutou?
- É a raposa – disse o ratinho – Oi raposa – falou de mansinho.
Ao ver o Grúfalo a raposa empacou.
- Socorro! – Gritou – E, fugindo com medo, em sua toca entrou.
- Viu só Grúfalo? Como todos fogem de mim assustados? Mas agora a minha barriga está começando a roncar, e meu prato predileto é Grúfalo ensopado!
- O quê? Grúfalo ensopado?
- Tudo se acalmou na floresta frondosa. E o ratinho achou uma noz que estava muito gostosa.