Era uma vez um velho rei que decidiu que era a hora do seu filho casar.
Para escolher a felizarda, convidou várias princesas, muitas delas vindas de muito longe, para participarem na festa. Mas, mesmo com várias pretendentes, o príncipe não gostou de nenhuma.
Para resolver a situação, decidiu que seria melhor ele próprio procurar uma esposa, mas sózinho.
Assim, o príncipe montou o seu cavalo e partiu, rumo ao desconhecido.
Um certo dia, chegou a uma floresta e, na entrada da mesma havia uma laranjeira:
– Ah!!! Esta laranjeira tem três magníficas laranjas de ouro! Vou colhê-las. – declarou o príncipe, seguindo o seu caminho.
Mais tarde, com o grande calor que fazia, o príncipe teve sede:
– Vou abrir uma das laranjas, para ver se fico melhor.
E assim fez – Que maravilha, é uma delícia!
Entretanto, da laranja saiu uma bela donzela, com os olhos da cor do céu, e cabelos da cor do sol.
– Dá-me um golo de água, por favor! – rogou a rapariga ao príncipe.
– Infelizmente, não tenho água para te dar! – respondeu ele, encantado com a visão dela.
Com esta resposta, ela desapareceu tal como tinha vindo.
O príncipe continuou a sua jornada mas, o calor aumentava à medida que caminhava.
– Estou de novo cheio de sede, por isso vou abrir a segunda laranja!
Ao abrir a segunda laranja, sai outra donzela, esta com os olhos da cor dum lago, e o cabelo vermelho, como uma cereja:
– Peço-te por tudo, dá-me água! – implorou a rapariga.
– Desculpa, mas não tenho! Afinal, quem és tu? – perguntou o príncipe, mas ela já tinha desaparecido.
Por fim, ele chegou a uma fonte onde conseguiu saciar, toda a sua sede. Agora, estava era com fome:
– Vou abrir a última laranja, e vamos lá a ver o que acontece!
Tal como das outras vezes, também desta laranja saiu uma donzela, com os olhos e cabelos negros como as asas dum corvo, e a pele branca como a neve:
– Dá-me água! – suplicou a rapariga.
– Agora, já posso satisfazer o teu pedido! – respondeu o príncipe, enquanto mergulhava as mãos, em forma de concha, na água da fonte.
Aproximou-se da donzela e deu-lhe a água, para beber. E, assim se quebrou o feitiço de uma bruxa que, tinha encarcerado a rapariga, nas laranjas mágicas.
O príncipe, encantado com ela, levou-a para o seu castelo, onde os dois se casaram, e viviam muito felizes. Algum tempo depois, a bruxa descobriu que a menina tinha sido libertada e, ficou furiosa. Decidiu então disfarçar-se de vendedora, e foi até ao castelo:
– Ganchos para o cabelo! Quem quer comprar estes belos ganchos?
A menina, já rainha, pediu à velhota para entrar:
– Faça favor! Que ganchos tão bonitos…Quero este que, tem uma pérola na ponta.
– Deixe-me ser eu a pô-lo no seu cabelo! – pediu a bruxa manhosa.
A rainha inclinou-se e ela espetou-lhe o gancho na cabeça, transformando-a numa pomba branca. A rainha voou, voou, até chegar à floresta onde, o seu marido estava a caçar.
– Que bela pomba! Vou apanhá-la para a dar à minha esposa de presente. – disse ele, sem saber que a pomba era a sua própria rainha.
Quando chegou a casa, o príncipe teve um enorme desgosto ao ver que, a sua mulher não estava em casa. E os meses passaram e, ela não regressava. O único consolo dele, era a pequena pomba branca que, nunca o abandonava.
Um dia, ao acariciar a cabeça da pomba, ele sentiu a pérola que enfeitava o gancho:
– Quem seria capaz desta crueldade? Vou tirar isto, para ela não se magoar.
Ao puxar o gancho… Aconteceu um milagre!!! A pomba transformou-se, na sua bela esposa.
– Meu amor, estava com tantas saudades tuas! O que foi que aconteceu? – perguntou o príncipe, muito emocionado com a volta da sua amada.
Depois de todas as explicações, ficou furioso e, mandou os seus soldados irem buscar a maldita bruxa, à sua presença. No entanto, isso não foi preciso, pois a velha já tinha morrido, atraiçoada pelos seus próprios feitiços.
E assim, o rei e a bela rainha viveram felizes para sempre…
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