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16 de mai. de 2008

Contando: "O Barquinho" e "A menina do vestido azul"

O Público da vez são os professores (as) e as demais
funcionárias da EMEF "Professor Olavo Barbosa Spínola".
Atenciosos (as), ouviram primeiro a história:

"A Excelência e Referência"...

"Toda grande idéia parte de uma visão individual, de uma atitude pessoal.
Depois passa a ser uma referência para todos. É como um barco em alto mar, na linha do horizonte. Antes da viagem, apenas o ponto futuro até onde nossa vista alcança é a referência que temos.
Chegar lá deve ser, antes de tudo, um desejo, uma meta individual.
Porém, devemos levar em conta que ninguém é sucesso sozinho.

Ninguém atinge a linha do horizonte sem a soma de esforços conjuntos.
Vejamos, por exemplo, a construção de um barco!
São necessários três elementos fundamentais para tal empreitada:
Ciência (conhecimento), material, mão-de-obra.
Sem essas três coisas é impossível a construção de um barco!


Porém, nos mares bravios da vida, muitas vezes, nosso barquinho sofre com as ondas e com as tempestades. Nosso barquinho sofre danos...(rasga-se“1”)
Mas, mesmo assim, nosso barquinho, referência que brilha aos olhos de todos, continua navegando. Novas tempestades, ataques piratas e novas avarias... (rasga-se “2”). E... em certos momentos, navegar parece impossível!
Chega uma hora, que a gente sente que o fim parece inevitável! E vem, então, aquela vontade de desistir! Nesses momentos a impotência nos leva a crer que perdemos o curso de nossas vidas e estamos sem leme e sem rumo... (rasga-se a parte do meio “3”).

E, quando chegamos nesse ponto, ao contrário de tudo o que quer nos fazer desistir, vem-nos uma voz que nos diz “Navegar é preciso”. E entendemos que quando tudo parece perdido na vida, é hora de recomeçar...


E nasce um VESTIDO AZUL!!!
A menina do vestido azul

Num bairro pobre de uma cidade distante, morava uma garotinha muito bonita. Acontece que essa menina freqüentava as aulas da escolinha local no mais lamentável estado: suas roupas eram tão velhas que seu professor resolveu dar-lhe um vestido novo.
Assim raciocinou o humilde mestre:
- É uma pena que uma aluna tão encantadora venha às aulas desarrumada desse jeito. Talvez, com algum sacrifício, eu pudesse comprar para ela um vestido azul.
Quando a garota ganhou a roupa nova, sua mãe sentiu que era pena se, com aquele vestido tão bonito, a filha continuasse a ir ao colégio suja como sempre, e começou a dar-lhe banho todos os dias, antes das aulas. Ao fim de uma semana, disse o pai:
- Mulher, você não acha uma vergonha que nossa filha”, sendo tão bonita e bem arrumada, more num lugar como este, caindo aos pedaços. Que tal você ajeitar um pouco a casa, enquanto eu, nas horas vagas, vou dando uma pintura nas paredes, consertando a cerca, plantando
um jardim? - E assim fez o pobre casal.
Até que sua casa ficou muito mais bonita que todas as casas da rua e os vizinhos se envergonharam e se puseram também a reformar suas residências.
Desse modo, todo o bairro melhorava a olhos vistos, quando por isso passou um religioso que, bem impressionado, disse:
- É lamentável que gente tão esforçada não receba nenhuma ajuda do governo. - E dali saiu para ir falar com o prefeito, que o autorizou a
organizar uma comissão para estudar que melhoramentos eram necessários ao bairro.
Dessa primeira comissão surgiram muitas outras e hoje, por todo o país, elas ajudaram os bairros pobres a se reconstruírem.
E pensar que tudo começou com um vestido azul. Não era intenção daquele professor consertar toda a rua, nem criar um organismo que socorresse os bairros abandonados de todo o país.
Mas ele fez o que podia, ele deu a sua parte, ele fez o primeiro movimento, do qual se desencadeou toda aquela transformação.


Historinha para criança? Talvez... Mas não será necessário acreditarmos, de vez em quando ao menos, em historinhas para crianças, para que possamos ser felizes e realizar algo de bom?
Não, que não aceitamos o mundo como está, fazemos a nossa parte
(pequena embora) a fim de que o mundo seja melhor?
Não, que repudiamos as gerações anteriores, porque construíram a guerra,
estamos construindo a paz em volta de nós, nos lugares em que vivemos e nem sempre convivemos? Porque é difícil varrer toda a rua, mas é fácil varrer a nossa calçada.

Porque é difícil reconstruir um bairro, mas é possível dar um vestido azul.

O PONTO

Uma professora se aproxima da aluna emburrada, que não quer desenhar na aula de educação artística. A folha em branco.
- Olha, que belo urso branco numa tempestade de neve! - exclama a professora.
A menina se aborrece, diz que não sabe desenhar... Conversam um pouco.
A professora lhe diz que pode fazer uma marca e depois ver no que vai dar.
A menina pega uma caneta e dá uma estocada firme no papel.
- Um ponto. “Pronto!” - diz a menina, desafiadora - Só um ponto.
A professora observa de perto e pede calmamente:
-Agora assine.
- Escrever meu nome eu sei! - ela responde.
Mais tarde, a aluna vê o seu desenho do ponto emoldurado e pendurado na parede da sala, em lugar de destaque.
Perplexa, descobre que pode fazer um ponto muito melhor do que aquele...
Na exposição escolar de final de ano, vários trabalhos seus são elogiados.
Ela fez um ponto amarelo, um ponto verde, um ponto azul, depois uma tela com vários pontos de várias cores, fez um ponto grande e multicolorido, a escultura de um ponto, o ponto segundo as mais diversas técnicas.
Aproxima-se da menina um colega.
Ele vem parabenizá-la, e se lamenta por ser um zero à esquerda em desenho e pintura.
- Não consigo fazer sequer uma linha reta, mesmo com a ajuda da régua.
A menina lhe diz:
- Aposto que sabe, faça uma linha e vamos ver no que vai dar.
O menino faz ali mesmo, numa folha de caderno, a tal linha não-reta. Ele a mostra. De fato, não passa de um rabisco. A menina observa com atenção, e lhe diz com um sorriso:
- Por favor... agora assine.

Autor: PETER H. REYNOLDS


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